A identidade é o conjunto de caracteres físicos,
funcionais e psíquicos, natos ou adquiridos, porém permanentes. Isso, em
sentido estrito, refere como sendo a “identidade física”. No sentido amplo,
além da identidade física, inclui todos os elementos que possam individualizar
uma pessoa, como: estado civil, filiação, idade, nacionalidade, condição
social, profissão etc. Todavia, esses não deixam marcas indeléveis na sua
estrutura física, podendo ser modificados a qualquer instante.
Já identificação é o processo que compara esses caracteres,
procurando coincidências entre os dados previamente registrados e os obtidos no
presente. Em outras palavras, é um conjunto de procedimentos diversos para
individualizar uma pessoa ou objeto. Em virtude da infinidade de arranjos
genéticos possíveis, cada indivíduo tem os seus caracteres próprios, desde a
concepção até muito depois de seu decesso. Para que um processo de
identificação seja aplicável, é necessário que preencha cinco requisitos
técnicos elementares, sendo eles:
- Unicidade
- Imutabilidade
- Perenidade
- Praticabilidade
- Classificabilidade
Na identificação humana em Odontologia Legal, as peças dentárias oferecem variáveis individualizadoras que tornam impossível o fato de que duas pessoas tenham dentaduras idênticas.
Atualmente, os dentes se erigem em elementos singulares na identificação
odontolegal. Talvez sua importação seja decorrente da extraordinária
resistência das peças dentárias às situações que produzem destruição
das partes moles, como putrefação e as energias lesivas.
Nas situações de grandes catástrofes ou desastres coletivos a identificações
dos dentes oferece singular importância, pois, nesses eventos
infortunísticos, os cadáveres sofrem ações destruidoras, que impedem que se
ponham em prática os procedimentos mais elementares de identificação.
As informações que podem ser obtidas através dos exames dos dentes não se
limitam a checar os achados no cadáver com os registros nas fichas
odontológicas. Mesmo quando nada se tem, as informações que se podem obter
do exame dental dos restos encontrados, conquanto seja uma ossada ou fragmentos
dos ossos do esplancnocrânio, podem orientar sobre dados úteis na investigação
policial. Os dentes podem oferecer dados sobre o cadáver, como:
- Espécie;
- Grupo racial;
- Sexo;
- Idade;
- Altura;
- Dados particulares;
- Determinadas profissões.
Referências:
VANRELL, J.P. Odontologia Legal e Antropologia Forense, 3ª
edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan Ltda., 2019.
FRANÇA, G.V. Medicina Legal. 11 ed. Rio de Janeiro. Guanabara
Koogan, 2019.